Por muitooooo tempo, mergulhei nas águas profundas do silêncio, ocultando minha dor como uma preciosidade secreta, uma joia invisível aos olhos alheios. Ansiava por ser aceita, por pertencer a um mundo onde a harmonia parecia dançar em cada esquina. E assim, eu me tornei uma artista da anestesia, mascarando as feridas que o descaso e a ingratidão lançaram sobre meu coração.... Caminhava pelo fio tênue da vida, como se em um sonho etéreo, deslizando entre os espaços vazios onde palavras afiadas eram como sussurros ao vento. Ignorava a dor que se infiltrava sorrateiramente, permitindo que a amargura se infiltrasse como um veneno silencioso, entorpecendo a minha alma. A anestesia, essa mágica ilusória, me envolvia em seu abraço gélido, me protegendo da verdade crua que se escondia nos cantos sombrios da minha jornada onde imperava as mentiras, a manipulação, a falta de reciprocidade e claro a tremenda falta de empatia para comigo, o descaso gritante e cortante perante o que eu sentia...
Mas um dia, o eco da minha própria voz interior ressoou com uma força inegável e avassaladora, de tal forma que foi impossível não a escutar!!! Uma voz cansada de ser abafada, calada, amordaçada, uma alma faminta por, a verdade e a justiça. A anestesia começou a se dissipar, e eu me vi acordando para uma realidade que me exigia coragem. O preço da consciência, tão alto no começo, se revelou uma dádiva valiosa, um tributo honrado à minha própria essência... A decisão foi tomada, a jornada iniciada. Em um ato de Auto libertação, ergui muralhas em torno do meu coração, afastando aqueles que sugavam minha luz e energia, que cegavam-se à minha verdade e necessidades emocionais e afetivas, afinal todos merecemos ser amados de verdade. Amigos e familiares que se apresentavam como sombras de lealdade, deixavam cicatrizes em vez de sorrisos. Amores que se desvaneciam na maré bravia da deslealdade e mentira, deixando apenas as minhas pegadas solitárias na areia... A solidão, um vulto incômodo, tornou-se minha confidente. No entanto, na vastidão dessa solidão, comecei a redescobrir a mim mesma. Descobri o valor de minha própria companhia, a beleza nas imperfeições que me definiam. Aprendi que a estrada da autodescoberta é muitas vezes um caminho solitário, mas é na quietude dessa jornada que os ecos da minha verdade interior encontraram ressonância. E então, como a chuva que limpa a poeira do céu, as lágrimas da minha busca regaram a terra árida da minha alma. As dores do passado, os arrependimentos e os "e se" foram absorvidos, nutrindo a semente do amor-próprio que havia sido negligenciada por tanto tempo.
DOEU!!! Sim, muito...
Como uma tempestade furiosa, a dor varreu meu ser, mas deixou para trás um terreno fértil pronto para florescer. As feridas cicatrizaram, as lágrimas secaram, e a minha jornada prosseguiu em completa solitude... Abri asas para voar em novos céus, em direção a horizontes onde a autenticidade era moeda de troca. Encontrei almas afins, corações que vibravam em harmonia com o meu ser. Relações verdadeiras floresceram, alimentadas pela compreensão, pelo respeito mútuo e pela genuinidade. A vida tornou-se um caleidoscópio de emoções, um baile de cores e sensações que dançavam em sincronia com o ritmo do meu coração. Cada passo que eu dava era uma nota na sinfonia da minha própria existência, um testemunho da minha coragem em escolher-me, em abraçar meu valor intrínseco... E assim, a jornada continua, um fluxo constante de autodescoberta e renovação. O véu da anestesia foi levantado, revelando um mundo onde as cores são mais vívidas, os abraços mais calorosos e os sorrisos mais genuínos. A alma, agora desperta, navega com confiança nas águas agitadas da vida, sabendo que a autenticidade é a bússola que me guiará em direção a relações verdadeiras e caminhos mais leves e felizes...
Nestas páginas em branco da minha nova história, eu escrevo meu próprio destino, com a tinta da autenticidade e a caneta da resiliência. Cada capítulo é um lembrete da jornada que percorri, das batalhas que enfrentei e das vitórias que conquistei. Não são apenas palavras no papel, são as batidas do meu coração gravadas em letras, uma trilha sonora da minha alma que ecoará através do tempo. Aprendi que a aceitação de mim mesma é a fundação de tudo o que construo. As pedras da autoconfiança foram colocadas com cuidado, uma sobre a outra, formando uma fortaleza que ninguém pode derrubar. E à medida que ergo os muros, não é para me isolar do mundo, mas para selecionar cuidadosamente quem merece entrar e partilhar o espaço sagrado do meu ser... A estrada nem sempre é suave; há desafios, medos, inseguranças momentos de dúvidas e fraquezas, as quais eu abraço, aceito...
Libertando-as!!!
Mas, olhando para trás, vejo cada obstáculo como um degrau na escada da minha evolução. Cada vez que ergui minha voz para dizer "NÃO", quando meu coração clamava por respeito, eu me tornei mais forte. Cada vez que me distanciei de amores unilaterais, uma parte de mim se libertou para procurar um amor que fosse mútuo, profundo e verdadeiro. Finalmente o encontrei... Sendo assim, as estações da vida continuam a mudar. A cada amanhecer, percebo a dádiva de uma nova oportunidade, a chance de trilhar um caminho que é genuinamente meu. Nas dobras do tempo, encontrei o valor não apenas em dar, mas também em receber (amor). A generosidade da minha alma se tornou uma luz que irradia calor, tocando os corações daqueles que cruzam meu caminho. As feridas do passado não são mais correntes que me mantêm presa, mas cicatrizes que testemunham minha jornada de cura e superação. Cada cicatriz tem sua própria história, uma lembrança do poder de transformação que reside dentro de mim. E, por incrível que pareça tenho um enorme carinho e respeito por "elas", estas minhas cicatrizes... Através da minha jornada, aprendi que o amor-próprio é um ato revolucionário e de extrema coragem, um ato de rebelião e ousadia contra as vozes críticas, contra a escuridão que tenta nos diminuir... E agora, olhando para o horizonte que se estende diante de mim, vejo as possibilidades infinitas que a vida me oferece. As sementes que plantei com lágrimas e esperança florescem em jardins exuberantes, vibrando com a energia da autenticidade. As relações verdadeiras que venho cultivando são como âncoras que me mantêm ancorada na minha verdade, mesmo enquanto navego pelas águas incertas do futuro. A minha jornada da autodescoberta e de amor-próprio é uma dança constante, um equilíbrio delicado entre ser vulnerável e proteger meu coração. Mas, enquanto eu danço, encontro a beleza nas sincronicidades, a magia nos encontros e despedidas que moldam a tapeçaria da minha vida. Cada passo é uma afirmação da minha essência, uma celebração da minha força e um tributo à minha alma resiliente!!!
Que minha jornada inspire outros a despertarem para a beleza que reside dentro de si mesmos, a encontrarem a coragem para abraçar suas imperfeições e a escreverem suas histórias com tinta permanente de autenticidade, verdade e justiça. Pois, no final das contas, é através das cicatrizes que brilhamos mais intensamente, e é ao abraçar nossa verdadeira essência que encontramos a liberdade que tanto buscamos. Que todos encontrem seus próprios caminhos e se permitam florescer em relações verdadeiras, momentos de alegria, paz e serenidade...
TilaC
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